Elisa Toffoli, conhecida apenas por Elisa, é uma cantora italiana, nascida em 19 de Setembro de 1977 em Trieste, perto da fronteira com a Eslovênia. Apesar de atualmente fazer um pop de
qualidade, sua carreira começou no pop rock alternativo, nesse ponto tendo
vários pontos em comum com Avril
Lavigne.
Seu primeiro álbum foi lançado em 22 de Setembro de 1997
e recebeu o nome de ‘Pipes & flowers’, uma referência à infância da cantora,
que morava numa fábrica de carvão, onde seus pais trabalhavam. Os canos da
fábrica representam seu espírito áspero e rebelde, enquanto as flores
representam sua fragilidade e inocência, algo similar ao conceito do ‘Rebel
heart’, de Madonna.
Todas as canções foram escritas parcial ou totalmente por
Elisa, e são todas em inglês. ‘Pipes & flowers’ foi considerado pela revista Rolling Stones como um dos 100 melhores
álbuns italianos, alcançando o 74º lugar. Essa qualidade foi confirmada pelas
vendas, pois ‘Pipes & flowers’ é platina tripla na Itália, tendo ultrapassado as 300 mil unidades vendidas.
É um álbum pop rock alternativo muito bem feito, tanto
em letras quanto em melodia, podendo ser comparado a álbuns de Tori Amos e Alanis Morissette. Suas canções são muito pessoais, e até
um pouco específicas, mas mesmo assim são muito bem escritas e às vezes bastante
tocantes.
Veja nossa análise
faixa a faixa
1. Labyrinth
A primeira faixa e segundo single do álbum tem uma sonoridade muito típica do fim dos anos
noventa, sendo muito nostálgica pra algumas pessoas. Com guitarra e baterias
suaves, aliadas à vocalização da cantora, compõem muito bem essa melodia alternativa.
A letra da canção mostra o eu-lírico escapando da vida sem participar dela,
enquanto luta para retomar o controle e buscar sua autenticidade.
O clipe é gravado com paleta de cores entre o verde e o
amarelo num ambiente aparentemente abandonado, enquanto a cantora tenta lavar
os braços ‘sujos’ com a letra da canção. Também há nele a neblina e o
labirinto, citados no texto.
2. Mr. Want
O quarto single do
álbum ganha um sintetizador suave, e é mais calmo em relação à faixa anterior.
O instrumental mais discreto deixa que a voz da cantora cresça, pois a guitarra
não compete tanto com ela. O texto fala sobre se livrar de um relacionamento
doentio, e é bastante poético. Infelizmente, não ganhou clipe.
3. Sleeping in
your hand
O lead single do
álbum tende mais ao trip hop do que
ao rock, tanto que as guitarras só
aparecem (e discretamente, em relação ao resto do álbum) no gancho e no refrão.
É uma canção de amor, sobre entrega, onde o eu-lírico está metaforicamente
‘dormindo na mão’ da pessoa amada.
O clipe traz a cantora em situações de conforto, como
numa cama num gramado, num parque de diversões e olhando para um móbile.
4. Shadow zone
Essa é uma canção elegante, onde os sintetizadores de
‘Mr. Want’ são recuperados. Mas ao contrário da segunda faixa, aqui a cantora
praticamente recita a letra, nesse aspecto mesclando rap ao rock dominante. A
letra faz referência à ‘ferocidade’ do amor, que parece ser uma dança que
acontece perigosamente perto de sombras e trevas.
5. A feast for me
O terceiro single do
álbum é mais acústico que as faixas anteriores. É uma balada acompanhada
basicamente de violão, mas bateria e piano também compõem sua instrumentação. A
letra fala sobre problemas que acontecem
um relacionamento desgastado, como falta de compreensão, acusações e a famosa lavação
de roupa suja.
O clipe é uma manifestação em vídeo da letra, que mostra
a festa descrita no texto e as situações que acontecem nela, intercalando com a
Elisa cantando e dançando acompanhada por uma banda que toca a melodia da
canção.
6. So delicate, so
pure
Recuperando a instrumentação típica do rock da época, sem sintetizadores, esta
é uma canção de amor bem genérica, falando que a pessoa pela qual o eu-lírico
se apaixonou é ‘boa demais para ser verdade’, entre outros clichês. Não é
exatamente marcante.
7. New kiss
Apesar de ter a melodia rock um pouco menos agressiva que a faixa anterior, ainda é uma
canção de amor bem pasteurizada, usando inclusive certa metalinguagem, por
citar ‘canções de amor’ no próprio texto. Apesar dessa aparente trivialidade, o
clichê é feito de forma poética, numa letra bastante extensa pra uma música de
pouco mais de cinco minutos de duração.
8. Tell me
Aqui a importância do rock
na instrumentação quase desaparece, dando espaço para um sintetizador
bastante dance, com direito a uma
espécie de coro fantasmagórico no início e no final. É o mais perto que o álbum
chega das pistas de dança. Já a letra é uma bronca gigantesca que o eu-lírico dá na pessoa com que ele se relaciona, atacando vários de seus ‘defeitos’.
9. The marriage
Voltando para o rock,
aliado a uma percussão étnica discreta, ‘The marriage’ é uma faixa bastante
singular e ligeiramente oriental em algumas partes. Apesar de ser uma canção de
amor, ela não é nada genérica e foge dos clichês de forma poética e um tanto
difícil de absorver de primeira. É um dos destaques entre as faixas que não
foram single.
10. Inside a
flower
Apesar de uma introdução bastante jazzy , não é uma canção acústica. Tem um sintetizador bastante
nostálgico e uma bateria marcando o ritmo. Na segunda metade, há um solo de
sintetizador bastante improvável. Ela critica as relações mesquinhas, agressivas e
egoístas que as pessoas tem umas com as outras, é o clássico ‘para, olha e
pensa’ em forma de música, terminando a primeira versão do álbum com uma mensagem
de tolerância
Letra: 7,0
Melodia e
Instrumentação: 8,5
Vocais: 8,0
Videografia: 8,5
Identidade Visual:
8,0
NOTA FINAL: 8,0