Mas como assim pop europeu, POPlândia?
Pop europeu é rigorosamente a
música pop feita na Europa, certo? Errado.
Música
pop por si já um conceito difícil de limitar. A princípio, é uma música feita
para consumo em massa, onde quase sempre os interesses mercadológicos e
financeiros competem com os artísticos. Ela carrega consigo aspectos musicais de seu
local de origem (como qualquer forma de expressão cultural) e geralmente utiliza
uma estrutura poética semelhante e fala de temas universais, com os quais todas as pessoas vão ter contato.
É
fácil dizer quando uma música é um smash
hit ou um flop absoluto, no
entanto, o limite entre hit e flop é nebuloso e parcial, sendo que
quase sempre depende o gosto e da experiência musical do ouvinte.
Quero
deixar claro que essa definição por si só não torna o pop uma música de segunda
classe. Muito pelo contrário, o pop é executado com muita qualidade musical e
artística por vários artistas e, mesmo com a tendência atual à monetização da
música, alguma liberdade criativa ainda resta no pop mundial.
O
pop europeu, obviamente, está incluído na música pop, mas seus próprios limites são
esfumaçados. Nem todo pop europeu é feito na Europa e nem toda música pop feita na Europa é pop europeu, porque mais que uma limitação geográfica, esse conceito encerra em si certas características que o separam do pop feito nos Estados
Unidos ou na Coréia do Sul, por exemplo.
Da
mesma forma forma que não dá pra saber em que tom exatamente acaba o azul e começa o
verde, não dá pra desenhar uma fronteira bem-definida entre os
variados tipos de pop, e vários artistas se posicionam numa zona de transição.
A
música pop feita na Europa geralmente se diferencia das outras por influências
rítmicas mais disco e dançantes ou
com instrumentos e melodias típicos da tradição musical de onde é feita (como a
chanson francesa, música leggera italiana ou o fado
português), quase sempre no idioma local, além de uma tendência
a ser mais orquestrado, ter menos batidas computadorizadas/repetitivas e algumas vezes
temas/referências mais regionais.
Por
estas não serem características que excluem geograficamente outros locais,
pode-se fazer pop europeu fora da Europa. Afinal, vocês falam português fora de
Portugal, comem molho inglês fora da Inglaterra e dão beijo grego fora da
Grécia.
Sobre
o pop europeu feito fora da Europa, temos vários exemplos para dar, como Kylie
Minogue, Delta Goodrem e Natalie Imbruglia (que nasceram na Austrália), Coeur
de Pirate e Michael Bublé (ambos canadenses), Lorde (neozelandeza), Nicole
Scherzinger (estadunidense) e Jamala (nascida no Quirguistão).
Da mesma forma,
há vários artistas europeus que faz música de uma forma bastante não-europeia,
tendendo principalmente ao pop americano, como por exemplo: Adele, Nicola
Roberts e Ed Sheeran (britânicos), Elisa (italiana), Iiris (estoniana) e Anna
Abreu (finlandesa).
Mas
independentemente da procedência ou do fato das qualidades artísticas serem
questionáveis ou não, o mais importante é ouvir o que você gosta, o que te faz
feliz. As pessoas são diferentes, e justamente pelo fato da música pop precisar
atingir o máximo de gente possível, ela se tornou extremamente diversificada e
com certeza você vai achar algum nicho dentro dela que te agrade, seja de qual
país for.
Mas como assim pop europeu, POPlândia?
Reviewed by Wilson Barroso
on
terça-feira, abril 18, 2017
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